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[Resenha #11] O Iluminado - Stephen King

em quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

O Iluminado conta a história de Danny e os seus pais, Jack e Wendy. Jack Torrance é um professor com um histórico de alcoolismo e violência, que aceita trabalhar como zelador no Hotel Overlook durante o inverno. Durante esta estação, os três serão as únicas pessoas no luxuoso hotel e Jack quer aproveitar este tempo para mostrar para a família que mudou e dedicar à escrita, já que almeja ser um autor publicado novamente.


Durante o inverno o hotel fica isolado devido às tempestades de neve e o único contato com o mundo externo é através de um rádio comunicador. À medida que o inverno vai se tornando mais rigoroso e, portanto, a família cada vez mais isolada, eles vão percebendo que o hotel guarda muitos segredos por trás de suas paredes. Danny tem o "dom" da Iluminação e por isso é o que mais sente os perigos presentes no hotel. Seu "dom" se manifesta através da leitura de pensamento, de premonições e também de visões do passo, que fazem com que ele reviva todo o mal que já ocorreu no hotel. Devido à sua iluminação, Danny passa a ser desejado pelo hotel, que vai se tornando cada vez mais violento e começa a se manifestar fisicamente através de seu pai Jack.

Jack é descrito como um homem violento e com problemas com a bebida, que gosta de ter razão sobre tudo e de ser tratado com se fosse uma pessoa superior às demais. Wendy, apesar de estar em um relacionamento abusivo e ainda assim amar seu marido, é uma mulher doce e que se preocupa com o bem-estar do filho acima de tudo. Danny é um garoto adorável, inteligente e curioso. Além da família Torrance, outro personagem importante nessa história é Dick Halloran, o cozinheiro do Hotel Overlook nas temporadas de funcionamento, que também é um Iluminado. Ele rapidamente reconhece o que Danny é e cria um lanço de carinho e cuidado com o garoto.

Pra mim, uma das melhores cenas (ou talvez seja a pior, dependendo do ponto de vista) é quando Danny finalmente adentra o quarto 217. Confesso que foi a cena que mais me perturbou e conseguiu me dar aquela pontadinha de medo. Mas o livro contém diversas cenas bem descritas e perturbadoras. Depois deste livro, nunca mais quero chegar perto de topiaria (plantas podadas de forma ornamental, com por exemplo, formato de animais e personagens). O livro tem um início mais lento, assim como todo livro do autor, que gosta de introduzir seus personagens e cenários com bastante detalhe antes de dar início ao enredo central.

Li o livro na edição Biblioteca Stephen King da Editora Suma e achei o trabalho da editora incrível. Eles pensaram em cada detalhe e ainda incluíram um prólogo e um epílogo que foram removidos do manuscrito do Stephen quando o livro foi lançado. Nesta edição o livro foi publicado em capa dura.

Este é o terceiro livro de Stephen King e apesar do tempo decorrido, desde seu lançamento, é um livro atual. Consagrado como um clássico do terror, O Iluminado foi adaptado para o cinema e posteriormente ganhou uma continuação (Doutor Sono). O livro explora temas importantes como o alcoolismo, a violência doméstica e traumas do passado. Mais uma vez King escreve uma narrativa de terror e suspense em cima de temas do cotidiano com maestria.


Título: O Iluminado
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Onde comprar: Amazon

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Resenha - Joyland

Resenha - O Cemitério

Livros, filmes e séries favoritas de outubro - saldão Creepytober

em segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Olá, olá! Quem é vivo sempre aparece e depois de quase um ano sem postar nada, aqui estou eu. Outubro é o mês do Halloween e é o mês da melhor maratona de terror do Instagram, a Creepytober. Participo da maratona desde 2019 e gosto muito porque me ajuda a manter um bom ritmo de leituras.

Leituras

Como sempre, minhas metas foram ousadas. Eu não consigo fazer uma TBR curtinha, primeiro porque eu quero ter a oportunidade de escolher minha leitura ao longo do mês de acordo com a vontade do momento e em segundo porque eu sempre acho que vou conseguir ler mais do que eu realmente leio. A minha lista de livros para esse mês tinha 15 livros, mas eu flopei de verdade.

Comecei o mês lendo O Homem da Forca da Shirley Jackson, que foi uma das leituras coletivas da maratona. O livro conta a história de Natalie Waite, que aos dezessete anos sai da casa de seus pais para começar a faculdade. Enquanto lia, só conseguia pensar em como a autora fez uma bagunça com o livro, que começa mesclando partes de um domingo de Natalia e conversas com o um detetive a respeito de algum crime. O início parecia muito promissor, mas a Shirley mistura 3 momentos diferentes, não desenvolve a fundo nenhum deles e ficamos sem entender o que está acontecendo. Não ouso dizer que o livro seja ruim, porque acredito que pra falar isso, deveria tocar em aspectos que eu não sou qualificada para falar, mas a história simplesmente não funcionou pra mim. Achei confuso demais. Mas um ponto positivo eu tenho que ressaltar, a escrita da Shirley Jackson é muito fluida. Mesmo não curtindo muito o livro, a escrita dela me prendeu e achei a muito rápida.

Os outros livros eu vou falar aqui brevemente, pois acredito que farei resenha deles. O Homem de Giz da CJ Tudor é um livro que gira em torno de um crime cometido em 1986 pelo chamado homem de giz devido ao fato de o assassino deixar desenhos de bonecos palito de giz na cena do crime. A ideia de forma geral foi boa, mas acho que o livro não foi bem executado. Tudor disse que se inspira no Stephen King e deixou algumas referências na história, mas eu achei algumas coisas muito iguais a It. Talvez O Homem de Giz funcione melhor pra quem ainda não leu o livro do King. 

Noturno, do Guillermo del Toro e Chuck Hogan, foi a segunda leitura coletiva da Creepytober. O livro começa com um avião "morto" no aeroporto JFK: luzes apagadas, motores parados, comunicação falha, nenhum movimento no interior. Aos poucos vamos descobrindo a existência de um vírus mortal. Foi um dos melhores livros que li este ano. Eu gostei muito da abordagem científica que os autores trouxeram para o vampirismo. E um detalhe que gostaria de comentar é como se assemelha com os dias atuais devido à pandemia do SARS-CoV-2.

A Volta do Parafuso, de Henry James, é um livro curtinho de 160 páginas que originou a série A Maldição da Mansão Bly. A história gira em torno de uma professora, que se muda para uma mansão para se tornar a tutora de duas crianças órfãs. O início de seu trabalho é bastante tranquilo e a tutora vai desenvolvendo um carinho pelas crianças, que são descritas como angelicais, mas com o passar do tempo a estadia na casa vai se tornando complicada devido à aparições de fantasmas. Eu assisti a série no início deste ano e comparando com o livro, prefiro a série (mesmo com as diferenças em relação ao livro) pois acho que o livro deixou algumas perguntas sem respostas, enquanto que o roteiro da série parece ter se atentado a preencher parte dessas lacunas.

E teve HQ em outubro! Eu estou numa enrolação para ler Chilling Adventures of Sabrina. Li os três primeiros volumes em 2020 e quero ler os volumes que estão no Kindle Unlimited ainda esse ano. Comecei a ler por causa da série da Netflix, mas confesso que o fato das histórias serem diferentes me desanimou um pouco, porque passei a odiar alguns personagens que eu amo na série. Não esperava a morte que teve nesse volume (#4), mas não achei ruim... vamos ver como vão ser os próximos volumes.

Filmes

Mês de Creepytober é mês de filme todo fim de semana. O primeiro foi Assim na terra como no inferno, no qual um grupo de arqueólogos está em busca de um tesouro perdido nas catacumbas abaixo de Paris. Os tuneis abaixo da cidade revelam um segredo capaz de mexer com os maiores medos e culpas de cada um. Sobre esse filme eu só digo uma coisa: que povo burro! "Olha, um telefone fixo tocando aqui nas catacumbas, num corredor desconhecido e bloqueado por ossos humanos, tá tudo normal, vamos continuar". Slender Man: pesadelo sem rosto, parecia ser um bom filme, mas não foi. Novamente: povo burro! "Eu invoquei o slender man, minha amiga sumiu, vou ali na floresta sozinha no meio da noite porque é super normal fazer isso".

Fuja foi um super acerto. Tem Sarah Paulson linda e maravilhosa no elenco, então não poderia ser diferente. O filme conta a história de Chloe, que após anos vivendo em uma cadeira de rodas e sendo cuidada por sua mãe, começa a desconfiar que há algo de errado quando não recebe nenhuma resposta da universidade e sua médica troca seu remédio. Sarah Paulson e Kiera Allen entregaram tudo! 

Estes três filmes estão disponíveis na Netflix.

Agora o melhor deles foi Escape Room, que está disponível no Prime Video. Esse filme é muito bom! Tem uma vibe Jogos Mortais porém mais moderno e com um vilão movido a dinheiro. Neste filme 6 pessoas estão participando de um jogo de escape room no qual as pessoas ficam presas em uma sala e tem que reunir pistas para escapar. O que estes 6 desconhecidos não sabiam é que na verdade o jogo não é uma brincadeira e sim uma luta pela própria vida. Eu nem tenho muito o que falar sobre o filme, porque foi muito bom mesmo! Todas as salas do jogo são bem elaboradas e aos poucos vamos conhecendo mais sobre cada personagem e entendendo o que motivou cada um a estar ali. O filme tem continuação, que foi lançada em setembro desse ano e eu já quero assistir.

Séries

Não assisti muita série, mas comecei a terceira temporada de American Horror Story, Coven. Em breve eu voltarei aqui pra falar dessa série porque ela é maravilhosa demais e merece destaque. A série está disponível no Globoplay e Prime Video (acho que Star+ também, mas não sou assinante).

[Resenha #09] Yamesh: Onde nasce a consciência - Feu Franco

em sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Em Yamesh conhecemos Austin, um programador Júnior da empresa Ninatec, que um dia criou um perfil em um aplicativo de namoro e conheceu Shay. Ela é uma garota que sabe o que quer e corre atrás para alcançar seus objetivos. Um dia acabam se encontrando e Austin acaba vivenciando, literalmente, uma experiência mágica. Ele entra na chama gnose, uma forma de conhecer "outros mundos". Todos os indivíduos tem uma "réplica" sua em outros planetas e Austin acaba indo parar no corpo de Rihu, um guerreiro de Yamesh que seria sua "réplica".

Aqui a Terra se chama Malehk. E Yamesh é um mundo parecido, mas completamente diferente. É um mundo em que plantas e animais são diferentes daqueles que conhecemos. As pessoas vivem em uma sociedade estruturada de forma diferente, não existem posses, nem dinheiro. As pessoas trocam trabalho ou bens materiais por outros bens.

Austin demora um pouco a se acostumar com o que está passando ao assumir a vida de Rihu. Em Malehk ele era apenas um nerd e agora em Yamesh é o guerreiro responsável por lutar em uma grande guerra cujo objetivo é restaurar a paz em Yamesh.

Yamesh foi um livro cujo inicio não foi fácil de ser lido. Achei muito parado e eu não estava entendendo bem o que estava acontecendo pois o autor lança palavras e termos que ainda não compreendemos bem (como gnose ou o que são os 51% que ele tanto fala). É um livro complexo, mas quando começamos a entender o mitologia que Feu Franco criou a leitura passa a se tornar fluida e você só quer saber de ler e ler mais.

Um dos aspectos que mais me cativou durante a leitura foi a quantidade de referências que Feu Franco faz ao longo de seu livro: Alice no país das maravilhas, The big bang theory, O rei leão, The legend of Zelda, Stephen King e muitas outras. Basicamente, em cada capítulo ele fez pelo menos uma referência a algum filme/livro/série ou a alguém. E eu adoro pegar referência assim em livros, porque nos dá ideia de quais foram as inspirações que o autor usou para criar aquela história.

Outro ponto positivo que encontrei no livro foi o desenvolvimento dos personagens. Yamesh não fica focado apenas em Austin/Rihu, embora toda a história se passe através dos olhos dele. Eu particularmente gostei muito da Kara e da forma como o autor retratou a guerreira a descoberta de sua sexualidade (ao menos me pareceu que Kara estava ainda descobrindo o que sentia). Também gostei das Feylas e de saber que elas não precisam ser necessariamente monstros. Fiquei me perguntando inclusive se o nome da Arya teria alguma relação com Game of Thrones e também como faço para adotar uma haha.

Além de toda uma nova realidade, Feu trouxe para a história elementos comuns ao nosso dia a dia, que são delicados e que precisam ser mais retratados na literatura, como o assédio que mulheres sofrem em seu local de trabalho ou o respeito ao outro dentro de um relacionamento (e aqui, digo respeito ao outro como indivíduo, que quer continuar tendo a sua individualidade).

Yamesh é uma fantasia nacional que me surpreendeu muito pela complexidade do universo que foi criado em toda a sua riqueza de detalhes.


Título: Yamesh - Onde nasce a consciência
Autor: Feu Franco
Onde comprar: Amazon
*e-book atualmente disponível no Kindle Unlimited

[Resenha #08] - Despedaçados, Vivian Lemos

em quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Lauren é uma mulher que sempre acreditou que não era boa o suficiente para muitas coisas. Fora criada assim e isso se refletiu em seu casamento. Casada com seu primeiro namorado, ela vive presa em relacionamento abusivo sem perceber até que, em um ataque de ciúmes, é espancada até quase morrer.

Thomas é um professor de literatura que tem um relacionamento complicado com os pais. Dedicou sua vida à literatura enquanto seus pais queriam que o filho assumisse a diretoria da empresa da família. Se casou com uma professora de história, mas logo teve que lidar com a perda precoce da esposa para um câncer agressivo.

Dois corações despedaçados se cruzam e eles percebem que tem várias coisas em comum, como a  paixão pela literatura. Apesar da crescente conexão que surge entre os dois, muitas cicatrizes existentes precisam ser superadas. Mas, juntos eles podem curar seus corações castigados pelo sofrimento.

Lauren tem um história bastante comum, infelizmente. Vê-la se descobrindo e percebendo que é uma mulher forte e capaz de muitas coisas é revigorante. Como ela mesma diz, Thomas não foi o responsável por isso, mas fez parte de sua jornada de autoconhecimento. E a dinâmica do relacionamento dos dois é cativante. Thomas é um verdadeiro lorde inglês, um mocinho de livros para ninguém colocar defeito.

Além dos dois, outros personagens de destaque são as irmãs do casal, Kate e Meg, e a avô de Thomas. As três são responsáveis por aliviar um pouco do sofrimento deles e serem portos seguros. Aproveito para destacar também a presença de um gatinho chamado Byron. Pesquisando um pouco mais sobre a autora descobri que ela ama gatos e sempre dá um jeitinho de colocar um gato em suas histórias.

A escrita de Vivian Lemos é muito fluida. Em cerca de duas tardes li as 235 páginas do livro. Um aspecto que me agradou muito foi o fato do livro ser recheado de referências literárias, incluindo citações de poemas. Eu fiquei com vontade de conhecer mais o trabalho de Lord Byron por causa das inúmeras referências que o livro faz a seus poemas.

Eu particularmente não gostei da forma como um dos personagens reagiu a um acontecimento próximo ao fim do livro, mas isso não impactou minha impressão global sobre o livro. Despedaçados é um romance para aquecer o coração e mostrar que recomeços podem existir para corações que conheceram a dor.

* Despedaçados é um livro para pessoas acima de 18 anos. O livro pode conter pontos sensíveis para pessoas que sofreram violência doméstica ou passaram por relacionamentos abusivos. Este livro foi recebido em parceria com o Grupo Editorial Quimera.

Título: Despedaçados
Autor: Vivian Lemos
Editora: Quimera
Onde comprar: Amazon
*e-book atualmente disponível no Kindle Unlimited

[Resenha #07] - As cinco pessoas que você encontra no céu, Mitch Albom

em quarta-feira, 19 de agosto de 2020

 

As cinco pessoas que você encontra no céu conta a história de Eddie, um mecânico de um parque de diversões que morre no dia do seu aniversário de 83 anos. Sua morte se deu na tentativa de salvar uma garotinha em um acidente com um dos brinquedos do parque.

Após falecer, Eddie vai para o céu e encontra com cinco pessoas que tem importantes lições para lhe ensinar. São pessoas para quem precisamos pedir perdão, perdoar, conhecer melhor ou apenas ter a oportunidade passar mais tempo com elas.

Logo no início da jornada de Eddie no céu, conhecemos um personagem que aparentemente não tem nenhuma relação com ele. A minha expectativa, como leitora, era que ele se encontrasse com algum familiar, mas não é o que ocorre. E a reflexão que a primeira pessoa que Eddie encontra no céu traz para nós leitores é que nossas atitudes podem influenciar na vida de pessoas que nem conhecemos. De certo modo, a influência que causamos na vida de outras pessoas é a principal temática do livro.

O livro começou promissor, mas em um momento a história tomou um caminho que não me agradou. Eu não vou comentar o que foi que aconteceu exatamente para não dar spoiler, mas sinto que devo dizer que como mulher, fiquei indignada com uma cena, não pelo o que aconteceu em si, mas pela explicação que foi dada ao acontecimento. Estou cansada de ver livros "passando pano" pra certas situações. E foi isso que transformou um livro maravilhoso em um livro "ok" pra mim.

Apesar de ter me frustrado com o livro por causa da alta expectativa que eu tinha em cima dele, considero As cinco pessoas que você encontra no céu um livro interessante e cheio de frases que nos fazem refletir sobre a forma que conduzimos nossa vida e o impacto que podemos causar na vida de outras pessoas.

O livro tem 192 páginas e é uma leitura que flui rápido. Em menos de uma semana li o livro inteiro. E para quem gosta de filmes, o livro inspirou um filme homônimo.

Título: As cinco pessoas que você encontra no céu
Autor: Mitch Albom
Editora: Sextante
Onde comprar: Amazon


*esse livro é integrante do Desafio Literário Rory Gilmore

[Resenha #06] - Joyland, Stephen King

em sexta-feira, 24 de julho de 2020


O livro conta a história de Devin Jones, um jovem universitário de 21 anos, que acaba de ter seu coração partido por sua ex-namorada. Tentando abafar seus sentimentos, ele aceita um emprego temporário em um parque de diversões.

Joyland é um parque de diversões que conta com o trabalho de diversas pessoas, sejam elas trabalhadores fixos ou temporários, como é o caso de Devin e de dois amigos que faz enquanto trabalha, Erin e Tom. E Joyland conta com seu próprio fantasma particular. Linda Grey era uma jovem que trabalhava no parque e foi assassinada em um dos brinquedos. Seu caso nunca foi solucionado, pois o principal suspeito nunca foi encontrado. Ocasionalmente, o espírito de Linda aparece para alguém no Horror House, o trem fantasma do parque.

Além de Devin e as pessoas que trabalham no parque, conhecemos outras pessoas como Mike e sua mãe Annie. Mike é um menino com uma doença grave, que tem um dom especial e se torna amigo de Devin.

O parque de diversões criado por King tem a essência de um parque de diversões dos anos 70. Ambientar seus livros é algo que Stephen faz com maestria. E outra coisa que ele faz com maestria é alternar entre diferentes estilos de escrita e Joyland, que não é um livro de terror, é a prova disso. Este é um livro que fala basicamente de sentimentos com um toque de suspense e mistério.

Joyland não foi meu primeiro livro do King. Meu primeiro contato com a escrita dele foi através de Misery na época do ensino médio. Apesar de muitas pessoas gostarem do livro, Misery não funcionou para mim naquela época. Fiquei alguns anos sem ler nada do King e depois me joguei em Joyland e amei a experiência. Depois deste livro, Stephen King se tornou o autor de quem "eu leria até a lista de compras de supermercado".

Joyland é uma leitura despretensiosa, rica em simplicidade e ao mesmo tempo em acontecimentos fascinantes. É o livro que indico para quem quer começar a ler Stephen King mas não sabe por onde.

Título: Joyland
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Onde comprar: Amazon

7 motivos para reler um livro

em terça-feira, 14 de abril de 2020

Quando conheci a escrita de Meg Cabot através de O Diário da Princesa em 2008, não imaginava que me tornaria uma leitora assídua e que teria livros favoritos do quais faria releituras com frequência. Se você acha que reler livros é uma perda de tempo (já que você poderia gastar esse mesmo tempo lendo um novo livro) ou que simplesmente não vale a pena (porque você já conhece a história), continue nesse post e confira os motivos pelos quais você deve reler um livro.



1. Viver uma nova experiência
Você pode me perguntar como viver uma nova experiência, sendo que o livro é o mesmo de quando você leu pela primeira vez. De fato, o livro é o mesmo, mas você não. Humanos são seres mutáveis e a nossa percepção a respeito de um livro é dependente de quem somos no momento da leitura. A Lívia que começou a ler O Diário da Princesa em 2008 não é mais a mesma Lívia que leu O Diário da Princesa em janeiro de 2020. Quando tive o primeiro contato com a vida da Mia Thermopolis eu me identificava muito com ela, afinal eu tinha 13 anos e ela 14. Hoje, com 24 anos, percebo que a Mia era extremamente infantil em muitas coisas. Meu relacionamento com o livro mudou porque eu mudei. E tudo bem, a vida é mutável e isso não faz com que O Diário da Princesa deixe de ser a minha saga literária favorita, apenas tenho outra visão e vivi uma nova experiência com a história.

2. Matar a saudade
Algumas histórias são tão apaixonantes que sentimos saudades de livros e personagens. Seria um desperdício ler estes livros apenas uma vez.

3. Entender melhor a história
As vezes fazemos uma leitura superficial de um livro ou perdemos o foco na leitura em alguns momentos e reler um livro pode ser a oportunidade perfeita para compreender algo que não ficou bem entendido na primeira leitura.

4. Para ler a sequência
Alguns escritores demoram anos para escrever e publicar a continuação de alguma saga e nós leitores ficamos um pouco esquecidos da história (ouviu @George R. R. Martin?). Aí quando um livro novo é lançado, vale a pena reler os outros volumes.

5. Para assistir a adaptação
Livros vem sendo adaptados para os cinemas e a TV ao longo do anos e com os serviços de streaming sendo lançado ao redor de todo o mundo, tem sido comum livros virarem filmes e séries. E nada melhor do que se preparar para assistir essas adaptações relendo o livro que originou o filme ou a série.

6. Melhorar a sua escrita
Alguns estudos afirmam que ao ler um texto pela primeira vez a pessoa estará focada no co lguns estudos afirmam que ao ler um texto pela primeira vez a pessoa estará focada no conteúdo do mesmo, mas que ao ler por mais vezes o mesmo material, a concentração se dividirá em outras coisas, incluindo na escrita e nas estruturas gramaticais, o que pode te ajudar a melhorar sua escrita. nteúdo do mesmo, mas que ao ler por mais vezes o mesmo material, a concentração se dividirá em outras coisas, incluindo na escrita e nas estruturas gramaticais, o que pode te ajudar a melhorar sua escrita.

7. Estudar outro idioma
Reler um livro pode te ajudar a aprender um novo idioma. Como você já leu e compreende bem a história do livro, você pode reler em outro idioma para aumentar vocabulário e treinar o "reading" sem ter problemas para assimilar o conteúdo.

Esse ano já fiz minha releitura anual de toda a série de O Diário da Princesa e pretendo reler a saga Mortal de J D Robb (Nora Roberts) para poder continuar lendo a sequência pois a Nora não para de escrever e eu já me perdi no meio da montoeira de livros. E você, crute reler? Me conta qual foi a sua última releitura!

[Resenha #05] - Quando a Lenda Ganha Vida - Wesnen Tellurian e Junior Salvador

em quarta-feira, 31 de julho de 2019

O folclore brasileiro é rico em lendas e personagens místicos. Provavelmente a maioria dos brasileiros não conhece todos estes personagens, eu mesma não conhecia todos os citados no livro, mas a grande maioria com certeza são conhecidos por nós - saci, curupira, boto-cor-de-rosa, mula sem cabeça são exemplos.

Quando a Lenda Ganha Vida é uma antologia de 15 contos que retratam o folclore brasileiro, que foi organizada pelo Wesnen Tellurian e o Junior Salvador e publicada este mês pela Editora Sinna. Estes contos são uma mistura de suspense e terror. Como são muitas histórias, escolhi a minha favorita para tratar com maior profundidade.

Pecado, escrito por John Elton
O personagem folclórico que está presente neste conto é a mula sem cabeça. Pecado é um conto sobre Maria, uma jovem mulher que se apaixona por um padre e juntos cometem o pecado da luxúria. Quando o padre fica sabendo que este pecado resultou em uma gravidez, ele age de forma inesperada e cruel, na tentativa de se livrar de suas responsabilidades. Após o acontecido o padre recebe algumas mensagens, entre elas o aconselho para que o padre conte seu pecado e o alerta, avisando-o que em breve algo sobrenatural irá buscá-lo.
Achei o final deste conto surpreendente e não conhecia de fato a origem da mula sem cabeça, que nos é apresentada nesta história.
Que Deus tenha piedade de mim... A criatura não teve.
Uma das coisas que gostei durante a leitura foi a curiosidade de saber a qual personagem folclórico cada conto remete. Em alguns contos isso fica mais explícito e, em outros, demoramos um pouco a saber. De toda forma, todos os contos são regados a suspense e as lendas que eu não conhecia, o livro me proporcionou a oportunidade de conhecê-las. Além de ser um livro indicado para os fãs de suspense, é um livro indicado para quem quer conhecer e incentivar mais a cultura brasileira.

Título: Quando a Lenda Ganha Vida
Autor: Wesnen Tellurian e Junior Salvador
Editora: Sinna
Onde comprar: Amazon
Avaliação: ★★★★★

[Resenha #04] - Summer Love - Guilherme Tironi

em quarta-feira, 10 de julho de 2019

Summer love conta a história de Zach, um jovem que descobre que está com câncer terminal nos pulmões. Sua expectativa de vida é pequena, mas apesar de todas as dificuldades que tem enfrentado em sua vida, decide viver seus últimos dias como qualquer outro jovem, frequentando uma nova escola e talvez até mesmo fazendo novos amigos.

Na nova escola, Zach conhece Hasley, uma garota que o deixa intrigado desde o primeiro contato por causa de suas perguntas, inclusive uma para a qual ele não sabe a resposta: "quais motivos te fizeram ficar?" O que Zach não sabia é que Hasley se tornaria sua melhor amiga, a pessoa com a qual ele contaria para tudo. Outra coisa que ele não sabia e que descobrimos ao avançar um pouquinho na leitura é que Hasley também luta contra a mesma doença de Zach.

Ao decorrer da história somos apresentados a Joe, um rapaz do time de futebol, popular e descolado pelo qual Zach começa a desenvolver sentimentos. Hasley percebe os olhares que o amigo dá para Joe e começa a arquitetar um plano para que ocorra a aproximação entre os dois. Logo Joe se une aos dois e eles constroem uma forte amizade.

Joe é um rapaz doce. É um escritor de contos e poesias muito talentoso. Hasley é divertida e descolada, aparenta estar sempre de bom humor e é uma amiga dedicada. Já Joe, apesar de ser jogador de futebol, é uma pessoa humilde e que ama música. Inclusive, uma das coisas que mais me atraiu neste livro foi o fato de logo no início ter uma playlist para que possamos acompanhar as indicações musicais dadas no livro.

Além das reflexões a respeito do câncer e o impacto que ele gera na vida das pessoas ao redor, outro tema explorado pelo Guilherme Tironi é a homossexualidade. Na história vemos Zach, que mesmo sem ter tido um relacionamento homossexual sabe o que é, e que até então não havia tido a coragem de se assumir para seus familiares.

De um modo geral, Summer Love é um livro lindo, delicado e de partir corações. O final do livro me surpreendeu de uma forma que eu não sou surpreendia há muito tempo. Um dos acontecimentos eu até havia imaginado no início da leitura, mas o final em si foi realmente surpreendente. Não sei quando vou superar o final deste livro. Confesso que não sou muito fã de livros tristes, que abordam doenças, pois acredito que uma das vantagens de ler é poder escapar da realidade triste e difícil que muitas vezes nós enfrentamos. Mas mesmo assim, acredito que Summer Love é uma leitura que vale a pena.

Faça de seus dias um infinito diferente e a cada dia você viverá infinitamente um finito infinito.

E você, já leu Summer Love? O que achou? Me conta nos comentários!

Título: Summer Love
Autor: Guilherme Tironi
Páginas: 276
Editora: Sinna
Onde comprar: Amazon
Avaliação: ★★★★

[Resenha #03] - Meu Querido Astronauta - Taty Azevedo

em quarta-feira, 5 de junho de 2019

Meu Querido Astronauta conta a história de Maria Luiza (Lui), uma adolescente de dezesseis anos que sente como se não se encaixasse entre as pessoas de sua idade. Para ela, as pessoas deveriam sair diretamente da infância para a vida adulta. Devido a esse pensamento, ela tem apenas uma amiga (Dai) e se dá super bem com as amigas de sua avó.

Mas a forma como encara a vida muda quando o menino mais popular de sua escola sofre um acidente grave de carro. Pedro, que nunca foi amigo de Maria Luiza, parece se interessar por ela de alguma forma. Enquanto tenta entender o que está acontecendo com ele e porque tem agido de forma tão diferente após o acidente, Lui fica sabendo a verdade: ele é um alienígena.

"Que tipo de Alienígena? Os anteranos de A improvável Annelise e o ET do Spielberg era bonzinhos. Os do Arquivo X e o Alien... ah, droga!"

Após essa descoberta, Lui e Dai passam a ter um objetivo: fazer com que Pedro (apelidado por elas de Alienboy), tenha a experiência de ser um adolescente durante seus poucos dias na Terra. assim criam uma lista com diversas atividades que ele deve fazer, incluindo encontrar uma crush.

Durante a leitura, vamos percebendo que na verdade Maria Luiza é mais adolescente do pensa. Apesar de ser muito madura para determinados assuntos, ela é como qualquer outra garota de sua idade, apenas ainda não havia descoberto que poderia passar pelos dilemas comuns da adolescência.

Eu li este livro, no ínicio de maio, por causa da Maratona Espacial 2019, organizada pelos perfis do Instagram @teawithmel e @pronomeint. Meu Querido Astronauta foi uma das indicações que a Melina deu para o desafio, eu li a sinopse e me interessei por ele. Foi uma escolha bem feita, achei o livro muito fofinho e li bem rápido (um final de semana).

Minha primeira impressão ao ver a capa foi de que o livro seria delicado e ele realmente é assim. A capa é muito bonita, gostei muito da presença da libélula, que durante a leitura descobrimos ser o formato das cápsulas através das quais os alienígenas são enviados para a Terra.

Gostei muito da escrita da Taty Azevedo, foi a primeira vez que li um livro dela. A história cativa a gente, é bem juvenil e leve, quando percebemos já devoramos o livro inteiro. E o melhor de tudo é que o e-book está disponível pelo Kindle Unlimited!

E você, já leu Meu Querido Astronauta ou algum outro livro da Taty Azevedo? Me conta!

Título: Meu querido astronauta
Autor: Taty Azevedo
Páginas: 336
Onde comprar: Amazon
Avaliação: ★★★★★

[Resenha #01] - Garota, Interrompida - Susanna Kaysen

em sexta-feira, 5 de abril de 2019

O livro é uma autobiografia e conta a história de Susanna, uma garota de 18 anos que em uma manhã vai ao médico por estar com insônia e não aguentar mais a realidade do mundo. Durante a consulta o médico percebe que Susanna precisa ser internada em um hospital psiquiátrico. A internação, que era para durar duas semanas, acaba durando dois anos.

Durante a leitura começamos a nos perguntar sobre o motivo de Susanna estar ali, visto que ela nos parece uma pessoa normal e com uma visão crítica sobre a situação dos demais internados. Aos poucos conhecemos a história dela, através dos prontuários de sua internação e algumas de suas reflexões.

A vida em um hospital psiquiátrico se mostra difícil. Os internos não tem muita liberdade, não podem passear livremente pelo pátio, não podem ficar com janelas abertas sem supervisão, seus telefonemas são monitorados, a única opção de lazer é assistir televisão, pouquíssimas vezes podem sair para tomar um sorvete (e mesmo assim com supervisão de enfermeiras), passam um tempo na solitária, fazem terapias de choque, entre outras coisas.

A história é envolvente e como o livro é relativamente curto (quase 200 páginas), rapidamente fazemos a leitura. Este livro foi adaptado para o cinema e espero poder assisti-lo em breve. 

E vocês, já leram o livro ou assistiram o filme? Me contem o que acharam!